Andava eu à procura de dados no portal do Instituto Nacional de Estatística quando sou surpreendido com esta definição de trabalhador com deficiência:
“Trabalhador que está incapacitado para assegurar por si mesmo, total ou parcialmente, a satisfação de necessidades de uma vida individual ou social normal, devido a uma deficiência, congénita ou adquirida, das suas capacidades físicas, sensoriais ou mentais, tendo por isso dificuldade em obter e/ou manter o desempenho de funções de acordo com as suas habilitações, idade e experiência profissional.”
Devo informar o INE que eu tenho uma deficiência (82% de incapacidade), e asseguro por mim mesmo, com o meu trabalho, totalmente a satisfação de uma vida individual e social normal (seja lá isso da "vida normal" o que os senhores quiserem)
Realmente têm razão ao falar das “ dificuldade em obter e/ou manter o desempenho de funções de acordo com as suas habilitações, idade e experiência profissional” . Nisto estamos de acordo, mas este facto não decorre de eu ter uma deficiência. É por não existirem condições para desempenhar a minha actividade profissional em pé de igualdade com aqueles que têm as mesmas qualificações profissionais que eu. É precisamente por essa razão que consideramos indispensáveis os benefícios fiscais.
Já quanto à primeira parte da definição, só posso dizer que pararam no tempo e deve ter sido há mais de 20 anos pelo menos. Já ninguém, nem mesmo o INE, deveria pensar a deficiência nestes termos.
Acordem! Já estamos no Século XXI.
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