terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

É difícil, mas possível!

Eu sei que é difícil.
Criar um movimento de pessoas com deficiência consciente dos seus direitos.
Exigentes dos seus direitos, numa sociedade em que as pessoas com deficiência são vistas como os coitadinhos, os aleijadinhos, a quem só é necessário garantir a sobrevivência.
Em que o Estado delega nas famílias essa garantia de sobrevivência.
É difícil, não tenho ilusões.

Mas digam-me lá se não era bom termos cá gente suficiente e com vontade de fazer coisas como estas.



Foi em França. Conseguiram juntar cerca de 100 associações. Fretaram 13 comboios, 5 aviões e 700 autocarros e mini-autocarros.
Juntaram mais de 25.000 pessoas a exigir um rendimento acima do limiar de pobreza para as pessoas com deficiência

Ou nos Estados Unidos, uma organização, a ADAPT, com muitos anos de luta

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro JFS,

Ainda só estás farto dos Governos?! Então estás com sorte...

Imagina tu que eu até começo a achar que esses são os menos maus da fita, a julgar por todos os peritos e supostos representantes que (dês-)governam as 'nossas' ONG que andam há anos e anos a pavonearem-se e a servirem-se das pessoas com deficiência.

Aos leitores deste blogue deixava as seguintes perguntas: quantos de nós já contou mesmos com eles? Quantos é que daqueles que lutaram e conseguiram ultrapassar as barreiras, por exemplo, no ensino e na empregabilidade tiveram um apoio efectivo dessas organizações e desses ‘paladinos da verdade de garganta funda’?

Em ano de muitos actos eleitorais, outro exercício que eu vos propunha era o de olharem para as listas de cada partido e verem quantos desses dirigentes aparecem usando indevidamente os títulos dos cargos que ocupam voluntariamente nessa associações. Se são cargos voluntários significa que tem outras actividades principais, certo? Mas o problema se calhar é que são actividades menos notórias e que dão menos projecção dentro dos partidos…

É ou não um uso abusivo do cargo? É ou não um aproveitamento das causas da deficiência?

Em sua absolvição está o facto de serem inocentes do seu crime, porque a culpa é de quem os deixa fossilizar nos cargos. Ou seja nossa! Por isso, se a vida das pessoas com deficiência não melhora a culpa totalmente nossa…

Viva os movimentos como MTPD que tem a audácia de mexer alguma coisa!

Desculpem o desabafo!

Manuela Ralha disse...

Tenho que concordar com o comentário anterior. Não beneficiámos nunca com estes senhores, nem nunca sentimos os beneficios da sua"luta". Não podemos comparar o panorama português com os dos países "ditos" civilizados. Nós nem conseguimos abolir escadas, quanto mais mudar mentalidades...
E havia de ser bonito, como se faria para consegyuir que as pessoas com dificuldade de mobilidade saissem de casa, se não têm transporte pp?
Eu não posso sair, estou condicionada. E mesmo relativamente às associações "oficiais" tenmos muito que dizer. Por mais que escreva, por exemplo, para a Associação dos deficientes motores,não obtenho resposta. Nem para me tornar membro.
Bem hajam vós que não perderam ainda a esperança de lutar por nós. E obrigada

Jorge Falcato disse...

O MTPD sempre tentou trabalhar com todas as Associações.
Sempre convidou TODAS para as suas iniciativas e tentou sempre que esta luta fosse de TODAS as pessoas com deficiência e de TODAS as associações.

Não conseguiu.

Culpa do MPTD? Culpa das Associações?

É uma conta de Deve e Haver sobre a qual eu tenho uma opinião, mas o MPTD não tem, nem tem que ter.

O que eu sei é que quem ficou a perder foram as pessoas com deficiência. Basta ver os resultados...

O MPTD não avalia o trabalho das associações.O MPTD é um movimento pela justiça fiscal.

Claro que o MTPD não deixou de ter opinião sobre outros assuntos relacionados com a qualidade de vida das pessoas com deficiência quando teve a oportunidade de o fazer junto do Governo ou dos Partidos.

Mas, o MPTD é só(?!)um movimento pela justiça fiscal.

PS: Os desabafos, de que já devem estar fartos, continuo a dizer que são meus, não são do MTPD.