Quando iniciámos esta luta pela reposição dos benefícios fiscais houve uma questão em que insistimos porque era evidente a nossa razão:
Não se pode alterar uma política de benefícios fiscais que servia para compensar as pessoas com deficiência dos custos inerentes à sua condição sem fazer a quantificação desses custos.
Dissemos isso aqui, aqui e continuámos a dizer aqui.
Quando em Dezembro de 2007 ouvimos a Srª Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação comprometer-se com a realização, a curto prazo, de um estudo com esse objectivo, congratulámo-nos com o facto.
Passados cinco meses sem termos notícias da adjudicação desse estudo, fizemos as seguintes perguntas à Srª Secretária de Estado:
Foi já adjudicado o estudo sobre os custos da deficiência em Portugal?
Se sim, qual a equipa que está a proceder à sua realização?
Na metodologia de elaboração do estudo está prevista a auscultação das pessoas com deficiência e das suas associações?
Para quando se prevê a sua conclusão?
Recebemos a 27 de Junho a seguinte resposta:
Exmos. Senhores
Membros da Comissão do
Movimento de Trabalhadores
Portadores de Deficiência em
Defesa dos Benefícios Fiscais
Ent. 7500/SEAR/2008
Proc. 1184-07/1556
Na sequência do e-mail enviado a este Gabinete no dia 08/05/2008, cumpre-me informar V. Exa. de que o estudo supra referido, consta de uma candidatura apresentada no âmbito do Programa Operacional Potencial Humano – Eixo 6, do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Apenas após a admissão da referida candidatura será possível iniciar os procedimentos com vista à realização do referido estudo.
Com os melhores cumprimentos,
O Chefe do Gabinete
RUI DANIEL ROSÁRIO
Ficámos a saber que:
Encomendar um estudo no curto prazo é, para a Secretaria de Estado, passados seis meses, ter incluído o referido estudo numa candidatura ao QREN que ainda não foi admitida.
É mais do que provável que no próximo Orçamento Geral de Estado, quando for definida a política fiscal relativa aos trabalhadores com deficiência, o Governo vai, mais uma vez, decidir tendo por base a ignorância e desconhecimento de quais são os custos que é necessário compensar.
domingo, 6 de julho de 2008
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2 comentários:
Tem razão, quando chegar a hora do orçamento lá vem o governo com a conversa de que é preciso que os deficientes ricos percam benefícios para ajudar os deficientes pobres.
Se nessa altura os custos que nos afligem no dia a dia fossem conhecidos, não haveria espaço para tanta demagogia
Todos os dias ouvimos um rol de medidas, iniciativas , que parece que estão a ser feitas ou estão à beira de o ser ...mas depois, tirado o ruido, são nada.
Esta parece uqe é mais uma delas. Na verdade, é mais útil ao Governo um estudo prometido do que um estudo feito que ia mostrar a insuficiência dos actuais benefícios fiscais.
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